Índice de Fitoquímicos da Dieta: Aplicação com Pacientes em Tratamento Oncológico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n4.2614

Palavras-chave:

neoplasias, comportamento alimentar, compostos fitoquímicos, dieta saudável

Resumo

Introdução: O tratamento do câncer provoca efeitos adversos que podem alterar o consumo alimentar e, consequentemente, a ingestão de vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos. Objetivo: Aplicar o Índice de Fitoquímicos (IF) da dieta nos registros alimentares de pacientes em tratamento oncológico. Método: Estudo transversal com indivíduos em tratamento oncológico. Foram coletadas informações sociodemográficas e clínicas dos participantes para caracterização da população. Os dados alimentares foram obtidos por meio de recordatório alimentar de 24 horas e inseridos no software Nutrabem Pro® para obtenção dos valores de macro e micronutrientes, bem como dos fitoquímicos. Para avaliar o IF, aplicou-se a fórmula proposta por McCarty. Resultados: Participaram do estudo 50 pacientes predominantemente do sexo feminino e com média da idade de 58±12,1 anos. A média geral do IF foi de 20,44±11,55, e a ordem crescente de consumo foi: luteína-zeaxantina, alfacaroteno, licopeno, criptoxantina e betacaroteno. Os alimentos que mais contribuíram para a ingestão dos fitoquímicos foram: beterraba, cenoura e abóbora-japonesa para beta e alfacaroteno; laranja e mamão para betacriptoxantina; molho de tomate, melancia e mamão para licopeno; almeirão e beterraba para luteína/zeaxantina; e maçã, banana e azeite para fitoesterol. O IF não se associou com as variáveis sociodemográficas e clínicas da população. Conclusão: Os pacientes em tratamento oncológico apresentaram baixo consumo de fitoquímicos. Esse resultado condiz com a ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, as quais representam as principais fontes de carotenoides nas refeições, além do baixo consumo de oleaginosas e sementes, que configuram uma importante fonte de fitoesteróis.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Brentani MM, Coelho FRG, Kowalski LP. Bases da oncologia. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Novo Conceito; 2003.

Goss P, Brittany LL, Badovinac-Crnjevic T, et al. Planejamento do controle do câncer na América Latina e no Caribe. Lancet Oncol [Internet]. 2013 [acesso 2021 jun 5];14(5):391-436. Disponível em: https://www.ulaccam.org/pdfs/Planning-Cancer-Control-in-Latin-America-and-the-Caribbean_Portuguese.pdf

Maniglia FP, Cruz LC, Costa LC, et al. Avaliação da percepção do paladar de pacientes oncológicos: relação com variáveis pessoais e clínicas e comparação com um grupo controle. Rev Bras Cancerol. 2021;67(1):e-11994. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n1.994

Wang JJ, Lei KF, Han F. Tumor microenvironment: recent advances in various cancer treatments. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2018;22(12):3855-64. doi: https://doi.org/10.26355/eurrev_201806_15270

Bressan V, Stevanin S, Bianchi M, et al. The effects of swallowing disorders, dysgeusia, oral mucositis and xerostomia on nutritional status, oral intake and weight loss in head and neck cancer patients: a systematic review. Cancer Treat Rev. 2016;45:105-19. doi: https://doi.org/10.1016/j.ctrv.2016.03.006

Palmieri BN, Moulatlet EM, Buschinelli LKO, et al. Aceitação de preparações e sua associação com os sintomas decorrentes do tratamento de câncer em pacientes de uma clínica especializada. Cad Saúde Colet [Internet]. 2013 [acesso 2021 set 10];21(1):2-9. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cadsc/a/vhSYwPr5ytbN3rFCPRvTbkm/?format=pdf&lang=pt

Tessarin MCF, Silva MAM. Nutrigenômica e câncer: uma revisão. Cad UniFOA [Internet]. 2013 [acesso 2021 set 10];8(1 Esp):79-96. Disponível em: https://revistas.unifoa.edu.br/cadernos/article/view/1239/1124

Souza RG, Lopes TVC, Pereira SS, et al. Avaliação do estado nutricional, consumo alimentar e capacidade funcional em pacientes oncológicos. Braz J Oncol [Internet]. 2017 [acesso 2021 set 10]; 13(44):1-11. Disponível em: https://cdn.publisher.gn1.link/brazilianjournalofoncology.com.br/pdf/v13n44a04.pdf

Kushi LH, Doyle C, McCullough M, et al. American Cancer Society Guidelines on nutrition and physical activity for cancer prevention: reducing the risk of cancer with healthy food choices and physical activity. CA Cancer J Clin. 2012;62(1):30-67. doi: https://doi.org/10.3322/caac.20140

Zhu F, Du B, Xu B. Anti-inflammatory effects of phytochemicals from fruits, vegetables, and food legumes: a review. Crit Rev Food Sci Nutr. 2018;58(8):1260-70. doi: https://doi.org/10.1080/10408398.2016.1251390

Gomes FS. Carotenóides: uma possível proteção contra o desenvolvimento de câncer. Rev Nutr. 2007;20(5):537-48. doi: https://doi.org/10.1590/S1415-52732007000500009

Oliveira RS, Silva WM, Prati WJ, et al. Ação quimiopreventiva dos fitoquímicos por meio da regulação do fator de transcrição Nrf2: revisão integrativa da literatura. Rev Bras Cancerol. 2020;66(1):e-07428. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2020v66n1.428

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2013 jun 13; Seção 1:59.

Nutrabem [Internet]. Versão 3.1.07 São Paulo: Unifesp. 2012 - [Atualizado 2016 abr 27; acesso 2021 out 25]. Disponível em: https://nutrabem.unifesp.br/instituto-nutra-bem/

McCarty MF. Proposal for a dietary “phytochemical index”. Med Hypotheses. 2004;63(5):813-7. doi: https://doi.org/10.1016/j.mehy.2002.11.004

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation [Internet]. Geneva: WHO; 2000 [cited 2021 Oct 25]. (WHO technical report series; 894). Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/42330

Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care. 1994;21(1):55-67. doi: https://doi.org/10.1016/S0095-4543(21)00452-8

Frisancho AR. Anthropometric standards for the assessment of growth and nutritional status. Ann Arbor (MI): University of Michigan; 1990.

Heymsfield SB, Gonzalez MC, Lu J, et al. Skeletal muscle mass and quality: evolution of modern measurement concepts in the context of sarcopenia. Proc Nutr Soc. 2015;74(4):355-66. doi: https://doi.org/10.1017/S0029665115000129

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saúde: 2019: atenção primária à saúde e informações antropométricas: Brasil [Internet]. Rio de janeiro: IBGE; 2020 [acesso 2021 out 25]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101758.pdf

Capelari P, Ceni GC. Comportamento alimentar e perfil nutricional de pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico. Demetra. 2018;13(1):223-40. doi: https://doi.org/10.12957/demetra.2018.30309

Oliveira DR, Carvalho ESC, Campos LC, et al. Avaliação nutricional de pacientes com câncer de mama atendidas no Serviço de Mastologia do Hospital das Clínicas, Belo Horizonte (MG), Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(05):1573-80. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232014195.02262013

Popki BM, Reardon T. Obesity and the food system transformation in Latin America. Obes Rev. 2018;19(8):1028-64. doi: https://doi.org/10.1111/obr.12694

Institute of Medicine (US). Dietary reference intakes for vitamin C, vitamin E, selenium, and carotenoids. Washington (DC): National Academies Press (US); 2000. doi: https://doi.org/10.17226/9810

Carnauba RA, Hassimotto NMA, Lajolo FM. Estimated dietary polyphenol intake and major food sources of the Brazilian population. Br J Nutr. 2021;126(3):441-8. doi: https://doi.org/10.1017/S0007114520004237

Aghababayan S, Mobarakeh ZS, Qorbani M, et al. Dietary phytochemical index and benign breast diseases: a case-control study. Nutr Cancer. 2020;72(6):1067-73. doi: https://doi.org/10.1080/01635581.2019.1658795

Cho SW, Kim JH, Lee SM, et al. Effect of 8-week nutrition counseling to increase phytochemical rich fruit and vegetable consumption in korean breast cancer patients: a randomized controlled trial. Clin Nutr Res. 2014;3(1):39-47. doi: https://doi.org/10.7762/cnr.2014.3.1.39

Coradin L, Pombo VB, organizadores. Fontes brasileiras de carotenóides: tabela brasileira de composição de carotenóides em alimentos [Internet]. Brasília (DF): Ministério do Meio Ambiente; 2008 [acesso 2021 nov 16]. Disponível em: https://issuu.com/pesquisa-unificada/docs/fontes_brasileiras_de_caroten_ides

Shami NJE, Moreira EAM. Licopeno como agente antioxidante. Rev Nutr. 2004;17(2):227-36. doi: https://doi.org/10.1590/S1415-52732004000200009

Moritz B, Tramonte VLC. Biodisponibilidade do licopeno. Rev Nutr. 2006;19(2):265-73. doi: https://doi.org/10.1590/S1415-52732006000200013

Maio R, Berto JC, Corrêa CR, et al. Ingestão dietética, concentrações séricas e teciduais orais de carotenoides em pacientes com carcinoma epidermoide da cavidade oral e da orofaringe. Rev Bras Cancerol. 2010;56(1):7-15. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2010v56n1.1518

Larouche D, Hanna M, Chang SL, et al. Evaluation of antioxidant intakes in relation to inflammatory markers expression within the normal breast tissue of breast cancer patients. Integr Cancer Ther. 2017;16(4):485-95. doi: https://doi.org/10.1177/1534735416676584

Cabral CE, Klein MRST. Fitosteróis no tratamento da hipercolesterolemia e prevenção de doenças cardiovasculares. Arq Bras Cardiol. 2017;109(5):475-82. doi: https://doi.org/10.5935/abc.20170158

Chikara S, Nagaprashantha LD, Singhal J, et al. Oxidative stress and dietary phytochemicals: role in cancer chemoprevention and treatment. Cancer Lett. 2018;413:122-34. doi: https://doi.org/10.1016/j.canlet.2017.11.002

Publicado

2022-10-11

Como Citar

1.
Melo MM de M, Pugliesi ACT, Paula MR de, Maniglia FP. Índice de Fitoquímicos da Dieta: Aplicação com Pacientes em Tratamento Oncológico. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 11º de outubro de 2022 [citado 21º de novembro de 2024];68(4):e-132614. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2614

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)