A Desospitalização na Assistência Oncológica: um Debate acerca da Continuidade do Cuidado Familiar em Domicílio
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n3.3917Palavras-chave:
alta do paciente, oncologia, continuidade da assistência ao paciente, cuidadores, transição do hospital para o domicílioResumo
Introdução: A desospitalização na assistência oncológica compreende o “desospitalizar” como um processo de continuidade do cuidado e ações de saúde direcionadas aos pacientes na alta hospitalar. Objetivo: Entender o processo de desospitalização pela perspectiva do familiar, e verificar como a família está preparada para prosseguir com os cuidados em domicílio. Método: Pesquisa qualitativa realizada no segundo semestre de 2022, em um hospital público oncológico, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, com amostra por acessibilidade ou conveniência. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com familiares de pacientes internados com indicação clínica de alta hospitalar que demandaram encaminhamento à Rede de Atenção à Saúde para continuidade do cuidado em domicílio. Na análise de dados, utilizou-se técnica da hermenêutica-dialética, tendo como referencial recomendações previstas em documentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e de autores da tradição crítica e marxista. Resultados: Foram identificadas duas unidades de sentido: “Planejamento e Gestão do Cuidado no Processo de Desospitalização” e “Repercussões do Tratamento Oncológico no Cuidado em Domicílio”. Conclusão: A equipe de saúde deve reconhecer que a eficácia da desospitalização dependerá de ações multiprofissionais e intersetoriais conjuntas e em rede.
Downloads
Referências
Cecílio LCO, Matsumoto NF. Uma taxonomia operacional de necessidades de saúde. In: Pinheiro R, Ferla AA, Mattos RA, organizadores. Gestão em redes: tecendo os fios da integralidade em saúde. Rio de Janeiro: IMS/UERJ; CEPESC. Rio Grande do Sul; EdUCS/UFRS; 2016.
Presidência da República (BR). [Constituição 1988]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 1988 out 5 [acesso 2021 mar 7]; Seção I:1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Olegário OS, Chagas MC, Gomes LMS, et al. Diretrizes para a implementação do processo de desospitalização em unidades hospitalares. In: Ministério da Saúde (BR). Desospitalização: reflexões para o cuidado em saúde e atuação multiprofissional. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2020.
Martins GB, Hora SS. Desafios à integralidade da assistência em cuidados paliativos na pediatria oncológica do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Rev Bras Cancerol. 2017;63(1):29-37. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2017v63n1.154
Horst CHM, Mioto RCT, Moraes PM, et al. O familismo na política social: aproximações com as bases da formação sócio-histórica brasileira. In: Anais do 16º Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social [Internet]; 2018 Dez 2-7; Vitória (ES). Vitória (ES): UFES; 2018. [acesso 2023 set 11]. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/abepss/article/view/22530
Deslandes SF, Gomes R, Minayo MCS, organizadora. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes; 2016. (Série Manuais Acadêmicos).
Netto JP. Introdução ao estudo do método de Marx. 1 ed. São Paulo: Expressão Popular; 2011.
Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução n° 510, de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana, na forma definida nesta Resolução [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2016 maio 24 [acesso 2023 set 11]; Seção I:44. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html
Merhy EE, Feuerwerker LCM, Santos MLM, et al. Rede Básica, campo de forças e micropolítica: Implicações para a gestão e o cuidado em saúde. Saúde debate. 2019;43(esp6):70-83. doi: https://doi.org/10.1590/0103-11042019S606
Cecílio LCO. Apontamentos teórico-conceituais sobre processos avaliativos considerando as múltiplas dimensões da gestão do cuidado em saúde. Interface (Botucatu). 2011;15(37):589-99. doi: https://doi.org/10.1590/S1414-32832011000200021
Monnerat GL, Sousa RG. Da seguridade social à intersetorialidade: reflexões sobre a integração das políticas sociais no Brasil. R Katál. 2011;14(1):41-9. doi: https://doi.org/10.1590/S1414-49802011000100005
Coelho AC, Vitório CM, Moraes MCC, et al. Educação em saúde no processo de desospitalização: um olhar para a integralidade e atuação profissional. In Ministério da Saúde (BR). Desospitalização: reflexões para o cuidado em saúde e atuação multiprofissional. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2020.
Olário PS. Desospitalização em cuidados paliativos oncológicos: reconfiguração da gestão do cuidado para a atuação multiprofissional [tese]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Enfermagem Anna Nery; 2019.
UNA-SUS UFMA. Redes de atenção à Saúde: Atenção à Saúde organizada em redes. São Luís: EDUFMA; 2018.
Berkey FJ, Wiedemer JP; Vithalani ND. Delivering bador life-altering news. Am fam physician. 2018;98(2):99-104.
Sousa RB. A atenção domiciliar na desospitalização de pacientes. Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública Goiás "Cândido Santiago". 2018;4(2):102-13. doi: https://doi.org/10.22491/2447-3405.2018.V4N2.art05
Castro TCM. Judicialização de direitos sociais: contradições, desafios e potencialidades ao serviço social na defensoria pública do estado de São Paulo [dissertação] [Internet]. Santos: Universidade Federal de São Paulo; 2019. [acesso 2023 set 11]. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59812
Cury SH, Tomaz WP. A crítica marxista à judicialização dos direitos sociais no Brasil. Rev JURIS. 2023;31(2):28-51. doi: https://doi.org/10.14295/juris.v31i2.14702
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de monitoramento e avaliação da atenção domiciliar/melhor em casa. Brasília, DF: MS; 2016.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de atenção domiciliar. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2013.
Klock AD, Heck RM, Casarim ST. Cuidado domiciliar: a experiência da residência multiprofissional em saúde da família/UFPEL-MS. Contexto Enferm. 2005;14(2):237-45. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-07072005000200011
Marçal VAC, Wiese ML, Dal Prá KR, et al. Cuidadoras domiciliares em saúde e responsabilização familiar: as vozes quase nunca ouvidas. Emancipação. 2020;20:1-20.
Costa AM, Ribeiro MB, Gatto MF. Divisão sexual do trabalho e segregação ocupacional: Um recorte de gênero. RC [Internet]. 2021 [acesso 2023 set 11];22(1). Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/cronos/article/view/22047/15883
Chaves ARM. O cuidador no provimento do cuidado ao paciente com câncer avançado no Instituto Nacional de Câncer [monografia]. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro; 2004. [acesso 2023 set 11]. Disponível em: https://ninho.inca.gov.br/jspui/bitstream/123456789/5455/3/O%20cuidador%20no%20provimento%20do%20cuidado%20ao%20paciente%20com%20c%C3%A2ncer%20avan%C3%A7ado%20no%20Instituto%20Nacional%20de%20C%C3%A2ncer.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos morais e intelectuais dos artigos pertencem aos respectivos autores, que concedem à RBC o direito de publicação.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.