Rodízio de Opioides: uma Análise Descritiva
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n2.1179Palavras-chave:
Cuidados Paliativos, Manejo da Dor, Analgésicos Opioides/administração & dosagem, Conduta do Tratamento MedicamentosoResumo
Introdução: O uso de opioides deve ser individualizado e a troca por outro opioide pode ser necessária (rodízio de opioide). Objetivo: Identificar como foi realizado o rodízio de opioide e se o efeito desejado foi atingido em pacientes internados em uma unidade especializada em cuidados paliativos oncológicos. Método: Análise post hoc do estudo de perfil de pacientes internados em um hospital público de cuidados paliativos oncológicos no Rio de Janeiro, entre setembro e novembro de 2016. As internações foram acompanhadas longitudinalmente por revisão de prontuário com coleta diária da escala verbal numérica (EVN). A dor foi considerada controlada quando EVN = 0. Doses, via de administração e rodízio (fármaco e motivo) dos opioides foram observados. O tempo para controle da dor foi calculado quando este foi o motivo. Resultados: Foram observados 104 rodízios de opioides em 90 internações (22,5%), sendo 49% entre opioides fortes e 43% de fraco para forte. Principais motivos foram dor (40%) e dispneia (36%). O tempo para EVN = 0 foi 1,6 dias (+/-1,8; IC95% 1,0-2,1), sendo mais demorado na troca por metadona (média 2,7 dias +/-2,5; IC95% 1,0-4,4). Comparando a dose de morfina oral por equipotência analgésica, houve aumento de 10% na dose do opioide de destino, sendo esse aumento maior quando no rodízio por dispneia (38%). Conclusão: Embora o controle de dor tenha sido superior ao descrito por outros trabalhos, o aumento da dose equipotente do opioide não é corroborado por protocolos. Maior vigilância e outros estudos são recomendados na unidade.