Medicamentos e Controle de dor: Experiência de um Centro de Referência em Cuidados Paliativos no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2019v65n2.365Palavras-chave:
Tratamento Farmacológico, Cuidados Paliativos, Manejo da dor, Dor do CâncerResumo
Introdução: A dor é um dos sintomas mais prevalentes em pacientes com câncer, especialmente no último ano de vida, sendo frequente o controle inadequado. Objetivo: Delinear o perfil de medicamentos utilizados para controle de dor em uma unidade hospitalar de cuidados paliativos oncológicos. Método: Estudo transversal com acompanhamento longitudinal de todos os pacientes internados entre setembro e novembro de 2016. Escala Verbal Numérica (EVN), funcionalidade e medicamentos com potencial analgésico utilizados foram coletados por revisão de prontuário. Resultados: Os 399 pacientes internados compuseram 461 episódios de internação, sendo 429 (93%) com o sintoma dor (controlada ou não). A idade média foi 62 anos, oito dias em média de internação, motivada por dor em 18% dos casos; e, em 35%, o sintoma dor não estava controlado. Destes, a EVN foi quantificada como zero após dois dias em média. Segundo a escada analgésica, 29% estavam no primeiro degrau, 11% no segundo e 82% no terceiro. O uso do analgésico comum e de adjuvante foi verificado em mais de 80% dos episódios. A dose média equivalente de morfina oral foi 117 mg/dia. Discussão: O controle de dor observado foi superior e mais precoce se comparado com outros trabalhos semelhantes. A dose média de opioide (equipotência analgésica) foi semelhante a observada em outros estudos. Entretanto, o uso de opioide forte e de adjuvantes foi mais frequente do que o notado em outros serviços. Essa diferença pode justificar o melhor controle álgico. Conclusão: A ação da equipe especializada proporciona melhor controle de sintomas.