Dor e Internação Hospitalar em Cuidados Paliativos
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n3.1180Palavras-chave:
Cuidados Paliativos, Manejo da Dor, Dor do Câncer, HospitalizaçãoResumo
Introdução: A dor é um dos sintomas mais prevalentes entre pacientes em cuidado paliativo (CP), especialmente no câncer avançado, gerando impactos nocivos na qualidade de vida. Objetivo: Avaliar o tempo necessário para o controle da dor e sua influência no tempo de internação de pacientes em CP. Método: Trata-se de uma análise post hoc do estudo de perfil da internação hospitalar em um hospital público de cuidado paliativo oncológico no Rio de Janeiro, entre setembro e novembro de 2016. As internações foram acompanhadas longitudinalmente por revisão de prontuário com coleta diária da Escala Verbal Numérica (EVN). A dor foi considerada controlada quando a EVN era zero. Entre aqueles que internaram com dor não controlada, foi calculado o tempo necessário para controle do sintoma. Resultados: Ocorreram 429 episódios de internações com a presença do sintoma dor (controlada ou não). A duração da internação foi maior nas internações com o sintoma dor presente (8,2 dias contra 6,3 dias sem dor). A dor não estava controlada na admissão em 33% dos episódios. O tempo médio para o controle da dor foi 2,1 dias. Tanto a dor sem controle ao internar quanto a demora em mais de 24 horas para o seu controle estavam associadas ao tempo médio de internação mais prolongado: 7,9; 9,5; 8,7 e 11,2 dias respectivamente. Conclusão: Os achados ratificam a alta prevalência da dor entre os pacientes em CP oncológico, seu impacto em motivar e prolongar uma internação hospitalar, e a importância da ação de uma equipe especializada.