Análise do Tratamento Precoce do Câncer Infantojuvenil no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n1.1637Palavras-chave:
acesso aos serviços de saúde, neoplasias, tempo para o tratamento, assistência integral à saúde, adolescenteResumo
Introdução: O tratamento precoce do câncer infantojuvenil possibilita um prognostico significativo para o paciente, aumentando a sobrevida e diminuindo os riscos de complicações oncológicas, o que torna imperiosa a sua instituição o mais rápido possível. Objetivo: Analisar os fatores associados a instituição precoce do tratamento oncológico na população pediátrica brasileira. Método: Estudo ecológico, com dados de casos de todos os tipos de câncer diagnosticados no Brasil de 2013 a 2019, na população infantojuvenil (0 a 19 anos), disponibilizados no PAINEL-Oncologia. Resultados: Foram incluídos 39.711 casos, dos quais 29.381 (74%) realizaram o tratamento oportuno, isto e, 30 dias antes do prazo máximo estipulado pela Lei Federal no. 12.732/12. Entre os principais fatores associados ao maior tempo até a chegada a instituição terapêutica, destacam-se: neoplasias malignas, com modalidade terapêutica não cirúrgica, residentes da Região Norte, entre 11 e 19 anos, e neoplasias que acometem os olhos e o Sistema Nervoso Central. Conclusão: Os achados deste estudo apontam dados essenciais, em consonância com a literatura, para visualização da situação atual do tratamento oncológico na população infantojuvenil no Brasil, ao mesmo tempo que demostram problemáticas que, se solucionadas, podem contribuir significativamente para a queda da morbimortalidade.
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