Agulhamento a Seco no Pós-Operatório de Câncer de Mama: Influência na Dor e na Amplitude de Movimento do Ombro – Estudo Piloto

Autores

  • Daniele Salvaia Jepes Rentroia Pesquisador autônomo. Itu (SP), Brasil. https://orcid.org/0009-0000-4805-8971
  • Mariana Lopes de Sousa Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (FAE), Departamento de Fisioterapia. São João da Boa Vista (SP), Brasil. https://orcid.org/0009-0000-2147-9266
  • Laura Ferreira de Rezende Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (FAE), Departamento de Fisioterapia. São João da Boa Vista (SP), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-3714-1558

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2024v70n3.4748

Palavras-chave:

Agulhamento Seco/métodos, Neoplasias da Mama/cirurgia, Amplitude de Movimento Articular, Dor Musculoesquelética

Resumo

Introdução: A estimativa de casos novos de câncer de mama no Brasil é de 73.610 anuais em 2023, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. Os tratamentos para o câncer de mama podem levar a eventos adversos como dor muscular e limitação da amplitude de movimento do ombro. A dor miofascial é referida de 38% a 85% das pacientes. Entre os tratamentos, a técnica de agulhamento a seco ou dry needling é pouco invasiva e consiste na inserção de uma agulha fina na fáscia do músculo diretamente no ponto miofascial. Objetivo: Avaliar se o agulhamento a seco influencia a dor musculoesquelética e a amplitude de movimento de ombro em pacientes no pós-operatório de câncer de mama. Método: Participaram deste estudo dez mulheres com limitação da amplitude de movimento na flexão e abdução do membro homolateral à cirurgia apresentando dor ou não ao movimento. A amplitude de movimento de flexão e abdução foi avaliada por meio do goniômetro e a dor, pela escala visual analógica. Foram realizadas duas sessões semanais de agulhamento a seco por três semanas. A agulha utilizada foi a de acupuntura, caracterizada como filamentar sólida sem medicação. Resultados: Houve redução significativa nos escores de dor (p = 0,0006) e melhora significativa da amplitude de movimento, com aumento de aproximadamente 50 graus de flexão e abdução (p = 0,0002). Conclusão: O agulhamento a seco parece ser uma técnica promissora na diminuição da dor e melhora da amplitude de movimento de ombro no pós-operatório de câncer de mama.

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Publicado

2024-08-27

Como Citar

1.
Rentroia DSJ, Sousa ML de, Rezende LF de. Agulhamento a Seco no Pós-Operatório de Câncer de Mama: Influência na Dor e na Amplitude de Movimento do Ombro – Estudo Piloto. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 27º de agosto de 2024 [citado 25º de novembro de 2024];70(3):e-204748. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/4748

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL