Completude da Informação “Ocupação” nos Registros Hospitalares de Câncer do Brasil: Bases para a Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2014v60n3.465Palavras-chave:
Neoplasias, Sistemas de Informação em Saúde, Saúde do Trabalhador, Registros HospitalaresResumo
Introdução: A abordagem da ocupação em pacientes com câncer, especialmente de pulmão, de bexiga, leucemias e mesoteliomas, entre outros, pelos profissionais de saúde, e insuficiente e repercute negativamente na busca do nexo causal. Objetivo: Quantificar o percentual de ausência de informação sobre ocupação nos Registros Hospitalares de Câncer do Brasil. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico. Foi avaliada a completude da informação “ocupação” nos Registros Hospitalares de Cancer no Brasil, estratificados por macrorregião, entre os anos de 2000 e 2008. Foram analisados, para cada sexo, os casos com idade maior ou igual a 30 anos e os seguintes tumores: pulmão, bexiga, cavidade oral, faringe, laringe e leucemias. Resultados: O percentual medio de ausência de informação sobre ocupação foi superior a 45% para todas as topografias selecionadas; mas, em mulheres, esse percentual foi ainda maior. Ao longo dos anos estudados, observou-se pouca melhora na qualidade da informação, com a maioria das regiões apresentando proporções superiores a 30% desse indicador, independente da neoplasia investigada. Conclusão: Os resultados apresentados são preocupantes do ponto de vista da saúde pública, especialmente da saúde dos trabalhadores. A falta dessa informação nos registros dificulta a identificação da ocupação como fator de risco importante para o desenvolvimento do câncer, o estabelecimento do nexo causal entre exposição e doença, e a elaboração e implementação de estratégias de vigilância do cancer relacionado ao trabalho no país.