Telemedicina em Cuidados Paliativos Oncológicos: um Legado da Pandemia

Autores

  • Cristhiane da Silva Pinto Instituto Nacional de Câncer, Unidade de Cuidados Paliativos, Hospital do Câncer IV. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2349-6681
  • Alessandra Zanei Borsatto Instituto Nacional de Câncer, Unidade de Cuidados Paliativos, Hospital do Câncer IV. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4608-0918
  • Danielle Copello Vaz Instituto Nacional de Câncer, Unidade de Cuidados Paliativos, Hospital do Câncer IV. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2536-2492
  • Simone Garruth dos Santos Machado Sampaio Instituto Nacional de Câncer, Unidade de Cuidados Paliativos, Hospital do Câncer IV. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-5537-7399
  • Livia Costa de Oliveira Instituto Nacional de Câncer, Unidade de Cuidados Paliativos, Hospital do Câncer IV. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5052-1846

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n1.2698

Palavras-chave:

cuidados paliativos, assistência ambulatorial, telemedicina

Resumo

Introdução: A telemedicina pode ser um instrumento útil para o acompanhamento de pacientes em cuidados paliativos, especialmente no contexto da pandemia por covid-19. Objetivo: Descrever o uso da telemedicina para pacientes em cuidados paliativos oncológicos acompanhados ambulatorialmente em uma unidade de referência nacional. Método: Análise retrospectiva de teleatendimentos médicos realizados entre abril de 2020 e fevereiro de 2021 a pacientes da unidade acompanhados ambulatorialmente. Foram analisados dados demográficos e clínicos dos pacientes, características do teleatendimento e conduta médica, e feita uma avaliação subjetiva com os profissionais responsáveis pelos teleatendimentos. Resultados: Foram realizados 1.645 teleatendimentos médicos a 470 pacientes com idade média de 62 (54-73) anos, sendo a maioria do sexo feminino (n=258; 54,9%) e com Karnofsky Performance Status estimado em 40% ou superior (n=423; 90,0%) no momento do primeiro contato a distância. Os teleatendimentos foram realizados, em sua maior parte (n=928; 56,4%), para o monitoramento da carga de sintomas entre as consultas presenciais. Destes, em 612 (frequência relativa=65,9%), houve sintoma controlado no teleatendimento subsequente. A queixa mais prevalente foi dor (n=303; frequência relativa=32,7%) seguida por sintomas gripais (n=108; frequência relativa=11,6%). Entre as condutas traçadas, a mais prevalente (n=921; 56,0%) foi o comparecimento apenas do responsável pela retirada dos medicamentos, sem necessidade de deslocamento do paciente. Conclusão: A telemedicina mostrou-se útil na monitorização de sintomas de pacientes com câncer avançado e permitiu que pacientes e cuidadores se mantivessem em seus domicílios, reduzindo o deslocamento e, consequentemente, o risco de contágio por covid-19.

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Publicado

2023-01-31

Como Citar

1.
Pinto C da S, Borsatto AZ, Vaz DC, Sampaio SG dos SM, Oliveira LC de. Telemedicina em Cuidados Paliativos Oncológicos: um Legado da Pandemia. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 31º de janeiro de 2023 [citado 20º de abril de 2024];69(1):e-142698. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2698

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